O útero de uma mulher gesta vida e mundos. Este é o cálice sagrado no qual reside sua força, o poder do Ser feminino. Considerado o segundo coração das mulheres, tem como uma de suas funções registrar as memórias de nossa ancestralidade, dentro da linhagem feminina.
Considerando que toda vida vem do útero, toda mulher é em si o resultado de muitos partos, dores, alegrias, conhecimentos e energias que vem desde sua primeira ancestral. Quer saibamos disso ou não, o cálice ou caldeirão sagrado, símbolos do útero, guarda toda a sabedoria e esconde potencialidades soterradas em anos de subjugação, torturas e negação do mágico feminino.
O útero é visto como um centro de poder e está localizado no chacra esplênico, o chacra da sexualidade e das memórias emocionais. Este chacra é regido pelo elemento água, assim como nosso útero. Lembrando que o feto fica por nove meses dentro da barriga de sua mãe protegido por uma bolsa de água, o líquido amniótico, fica fácil entendermos como essas memórias são passadas para o feto, seja ele masculino ou feminino.
As partículas de água retém as informações contidas no útero e as transferem para o feto que está sendo gerado dentro dele. Nas meninas, quando o seu útero é formado já carrega com ele todas as memórias ancestrais para que possa dar continuidade a sua linhagem, pois faz parte da constituição energética do útero, guardar essas memórias.
Os meninos possuem e guardam em si essas mesmas memórias, mas lidam com elas de uma forma diferente das mulheres. Entendendo que os espermatozoides se renovam a cada ejaculação masculina, percebemos que a carga ancestral é passada mais às mulheres do que aos homens, pois cabe à elas dar abrigo e condições para que uma nova vida aconteça. Também é preciso entender que quando nossa mãe estava no útero de nossa avó, quando seu próprio útero e sistema reprodutivo se constituiu na barriga da mãe (nossa avó) o óvulo que veio a gerar a nossa vida já estava formado dentro da barriga da avó. As mulheres já nascem com todos os óvulos que seus ovários irão soltar a cada ciclo, dentro de si.
É da função uterina fazer com os conhecimentos e vivências experienciadas por cada geração seja repassada para a próxima, é desta forma que a evolução acontece. As memórias registradas pelo útero são tanto pessoais e familiares originárias da própria ancestralidade, quanto coletivas e históricas, uma vez que todos estamos inseridos em comunidades e somos agentes históricos de nosso tempo.
Os acontecimentos coletivos podem ser reconstruídos a partir dessas memórias. Essas redes de diferentes memórias se misturam e vão fazer parte do que Carl Jung chamou de Inconsciente Coletivo, onde ficam registrados todos os arquétipos.
Estes arquétipos são “imagens primordiais” inventadas e alimentadas como verdade de uma geração para outra. Ou seja, são formas dadas/atribuídas a algumas experiências e memórias de nossos antepassados, significando então que nós não nos desenvolvemos de forma isolada do resto da sociedade, sem que o contexto cultural e histórico nos influencie intimamente, transmitindo padrões de pensamento e de experimentação da realidade.
Os arquétipos vão se acumulando em nosso inconsciente coletivo formando um molde que dá sentido ao que nos acontece de forma individual. Pode-se perceber então que o inconsciente coletivo gera modelos, os arquétipos, que em nosso inconsciente familiar viram padrões que acabam tornando-se crenças, na grande maioria das vezes, limitantes, porque vem do passado, com as marcas dos acontecimentos vividos pelos ancestrais e que não correspondem às verdades e/ou experiências do presente.
Assim, quando entramos em contato com nosso útero estamos abrindo um portal, de onde vem uma força gigantesca, ou melhor dizendo, nós nos abrirmos e vamos aos poucos nos apropriando e tomando consciência de todo o poder existente em nosso útero. Vamos tanto libertando as amarras e impedimentos que se originaram em nossas antepassadas e suas experiências no tempo, como vamos trazendo de volta os elementos mágicos mais importantes, esquecidos e soterrados justamente pelas memórias de dor e perseguição ao mágico feminino.
Confira o próximo artigo, onde vamos abordar a importância das Limpezas uterinas.
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