
A menopausa é um processo natural do ciclo feminino. Não é uma doença ou final de linha, como se pelo fato de perder a sua capacidade reprodutiva determinasse o valor e a função da mulher.
Não existe uma data exata em que esse momento ocorre, mas normalmente varia entre os 45 e os 55 anos de vida. Quando ocorre antes dos 45 podemos dizer que é um processo precoce, em que os ovários cessam sua produção hormonal - estrogênio e progesterona.
Antes de entrar definitivamente na menopausa, a mulher passa pelo período da pré-menopausa, quando o corpo se prepara para a redução hormonal e a aceitação emocional de um novo ciclo. Algumas estudiosas sobre os ciclos femininos, chamam esse momento de Lua Roxa, quando o corpo se prepara para parir uma nova mulher, uma nova fase do ciclo.
Os sintomas, como erroneamente são tratados, fazem parte desse processo e são muito atenuados quando a mulher compreende os sinais de seu corpo - de que está se preparando para uma fase, tão especial e significativa, quanto todas as demais fases.
Quando os sintomas de pré-menopausa começam antes dos 45 anos é chamada de menopausa precoce. Isso pode ocorrer de forma natural ou ser uma disfunção do ciclo, um tipo de amenorreia secundária (quando a mulher não menstrua), sendo necessário observar se isso se deu por algum problema hormonal ou se é da natureza da mulher.
Em muitas culturas, o fim da fertilidade é uma etapa venerada, pois no momento em que as mulheres se voltam ao seu próprio centro e espiritualidade, recebem a missão de guardiãs da sabedoria e da sua transmissão às mais jovens. As mulheres anciãs frequentemente são as conselheiras das tribos e aldeias. Com sua vasta experiência, são convidadas a mediarem as relações entre a sabedoria terrena e espiritual.
Como na adolescência, a segunda primavera é um processo de mudanças que traz consigo modificações físicas e emocionais intensas. Elas se manifestam de formas distintas, dependendo de como estamos transitando em nossa vida e como está a nossa sexualidade.
Os estereótipos femininos e a sobrevalorização da juventude em detrimento da velhice são papéis fundamentais na percepção que teremos que ter para atravessar essa fase. A ignorância e os mitos são muitos em relação às mudanças sexuais que acontecem nessa fase. Muitos são depreciativos e a sociedade se encarrega bem de nos assustar e criar realidades aterrorizantes a respeito do que nos acontecerá. Nossa mente, ancorada nesses temores, tende a buscar rapidamente uma medicação para aliviar os sintomas que, na verdade, não passam de uma resposta natural decorrente do declínio hormonal.
É um momento de valorizar a nossa mulher interna em seus variados ciclos, mas, sobretudo, em sua maturidade, reconhecendo sua trajetória e potencial espiritual. Nesse período, a mulher deve viver toda a sua sabedoria interior e se deliciar realizando tudo que, até então, não pode concretizar.
Trata-se também da realização pessoal, da exploração e busca de novos prazeres e expressões. Anos antes do cessar definitivo da menstruação, aos poucos a mulher vai percebendo a baixa hormonal. Isso pode ocorrer de forma gradual, o que pode causar confusão e desestruturar a mulher. Durante esse período, a menstruação é totalmente irregular. Somente depois de um ano sem menstruar, em alguns casos dois, é que se considera que a mulher adentrou a menopausa.
O período que vem depois é chamado de pós-menopausa e, só então, a mulher poderá se despreocupar com o seu controle de natalidade, pois é muito comum a mulher engravidar de surpresa durante essa transição.
Cada mulher viverá a sua transição de maneira única. Tudo vai depender de como ela se preparou para esse momento e de como se encontra a sua saúde emocional e física.
É normal, durante a baixa hormonal, sentir certos incômodos. Só quando estes se tornam um problema grave é que é necessário recorrer a medicação. Os sintomas vão de a irregularidade menstrual, calores, insônia, instabilidade emocional, infecções vaginais e urinárias, secura vaginal e tensão nos seios, a problemas ósseos e circulatórios.
Todos esses incômodos podem ser entendidos como um aviso do nosso corpo, uma preparação para a mudança que se anuncia. A forma como lidamos com a pré-menopausa e com a menopausa evidencia nossas crenças e percepções a respeito do que é ser mulher.
Muitas mulheres acabam desenvolvendo sintomas mais graves por não aceitarem essa passagem, por não entenderem que esse é um processo natural. É importante percebermos que assim como tivemos que aprender a menstruar e descobrir nossa ciclicidade, também vamos despertar para uma outra realidade do ser mulher. Nosso corpo se prepara para “parir” essa nova fase!
Sempre que temos consciência e aceitação da ciclicidade que nos permeia, tudo se torna mais leve, deixamos de sofrer e passamos a nos beneficiar das potencialidades que caminham junto à menopausa.
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